Dicotomia

Dicotomia é uma técnica de partição de um todo (ou um conjunto) em duas partes (subconjuntos). Em outras palavras, este casal de partes deve ser

  • conjuntamente exaustiva: tudo deve pertencer a uma parte ou a outra, e
  • mutuamente exclusivos: nada pode pertencer simultaneamente a ambas as partes.

Se existe um conceito A, e ele é dividido em partes B e não-B, então as partes formam uma dicotomia: elas são mutuamente exclusivas, pois nenhuma parte de B está contida em não-B e vice-versa, e elas são conjuntamente exaustiva, uma vez que cobrem todo A, e juntos novamente dão A.

Tal partição também é frequentemente chamada de bipartição. As duas partes assim formadas são complementos. Na lógica, as partições são opostas se existe uma proposição tal que se mantenha sobre uma e não sobre a outra.

Tratar variáveis contínuas ou variáveis multicategóricas como variáveis binárias é chamado de dicotomização. O erro de discretização inerente à dicotomização é temporariamente ignorado para fins de modelagem.

Falsa dicotomia

Uma falsa dicotomia é uma falácia informal que consiste em uma suposta dicotomia que falha em uma ou ambas as condições: não é conjuntamente exaustiva e/ou não mutuamente exclusiva. Na sua forma mais comum, duas entidades são apresentadas como se fossem exaustivas, quando na verdade outras alternativas são possíveis. Em alguns casos, eles podem ser apresentados como se fossem mutuamente exclusivos, embora haja um amplo meio-termo.

Se você tem pelos menos três neurônios, deve ter percebido que tal prática supracitada é efetivamente uma etiqueta na política rasteira, que é feita para massas de pessoas pouco instruídas, principalmente em nações onde a carência intelectual é compensada por crença e fé em personagens messiânicos. Asas de esquerda e direita figuram o mais notório dos modelos evidentes desta técnica, com suporte trivial do messianismo e do populismo.

Aplicação eleitoral

O que seria das famílias que vivem da política, das sombras do poder, dos capitalistas alienígenas e dos agentes estrangeiros garantindo o controle, a submissão e a miséria do terceiro mundo se não pudessem contar com a dicotomia na eleição? Aquele que tem entendimento, observe o comportamento do homem.

Numa eleição, sempre há um único candidato “aceito” para cada uma das duas únicas partes. Tal bipartição é frequentemente evidenciada pela fomentação de atrito entre

  • esquerdistas e direitistas,
  • democratas e autocratas (por vezes referidos como fascistas),
  • libertários e autoritários,
  • anarco-capitalistas e populistas socialistas,
  • progressistas e conservadores, e
  • ademais

E, para a surpresa de ninguém, ambos os líderes se reconhecem como opositores mutualmente, marginalizando todas as outras opções. Como não passam de fantoches, contam com suporte de veículos de mídia para enraizar nas mentes vazias das pessoas que não existe opção. — É um ou o outro. Se não for um será o outro. Ainda que você não queira votar porque as opções são merdas, impeça que um vença fazendo o outro vencer.

Ambos as partes, munidos de toda a estrutura velada que os presta suporte, coagem e sabotam seus potenciais candidatos concorrentes a abrirem mão de suas candidaturas para unirem forças contra um “mal comum”. Pesquisas de intenção de voto, um dos principais recursos de fomento da dicotomia, prestam um papel elementar nisso, reforçando sempre a coação sobre as demais forças políticas e provocando na população a sensação de já terem um segundo turno garantido, levando os eleitores já para uma condição de desempate final. Tal comportamento é exatamente a causa do suposto segundo turno premeditado pelas pesquisas de intenção de voto.

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